segunda-feira, 26 de setembro de 2011

FC Porto 2-2 SL Benfica - Clássico relança campeonato

O empate no Dragão e as vitórias do SC Braga, Sporting CP e Marítimo devolveram o calor que se quer na liga portuguesa. FC Porto, SC Braga SL Benfica com 14 pontos, Marítimo com 13 pontos e Sporting CP soma 11 pontos. O interesse voltou e a próxima jornada promete agitar a tabela classificativa.
Vítor Pereira, como eu suspeitei, não olhou ao adversário e a demasiadas preocupações e apostou em Varela. No entanto, tenho de admitir que este Varela está anos-luz do Varela do ano passado. O FC Porto entrou como se previa, forte, melhor, com mais bola e a criar jogadas de algum perigo. O meio campo era fortíssimo com o perdoado Fernando, Guarín e João Moutinho. Este meio campo levou a melhor na primeira parte, superiorizou-se a Witsel e Javi com facilidade, visto que muitas vezes Aimar fazia a pressão alta com Cardozo nos centrais, portanto sobrava um e era por ai que os Dragões conseguiam sempre a solução de passe e ligar o jogo com o ataque. A estratégia do SL Benfica era a previsível: contenção, à espera do erro do adversário e a tentar saídas rápidas. Jorge Jesus apostou em Nolito, algo que considero um erro. Ainda que tenha estado ligado ao golo de Cardozo, considero que Nolito é mais influente num jogo que os Encarnados estão por cima ou estão a criar um grande volume de jogadas ofensivas. Como sempre digo e correndo o risco de ser repetitivo, Nolito é frágil fisicamente e num jogo onde o adversário tem a iniciativa de jogo e é exigido mais trabalho defensivo as fragilidades de Nolito vêm ao de cima, perdendo a frescura e o esclarecimento no momento da decisão. Considero que Bruno César teria sido a melhor opção.
Na primeira parte o FC Porto vencia com um belo golo de Kléber, no entanto, acho que continua fora da dinâmica da equipa, um corpo estranho muitas vezes mas vejo qualidades para dar certo. Fucile, teve um jogo para esquecer, sem qualidade com bola, algo displicente e entrou em algumas simulações. No lance de  Cardozo e Fucile, admito que vi uma reacção do paraguaio mas não me parece para vermelho. Muito menos me parece razão para o FC Porto desculpar a sua incompetência e falta de ambição com um lance muito duvidoso.
Na segunda parte os encarnados teriam de entrar obrigatoriamente com outra atitude e tiveram a felicidade de empatar o jogo logo a seguir ao intervalo por Cardozo a passe Nolito. No entanto, o tal murro na mesa não se concretizou pois o FC Porto marcou logo a seguir por Otamendi num canto estudado, curto para desmontar a defesa à zona do Benfica mas considero que foi muito passiva a defesa encarnada. Depois, aconteceu algo que ninguém esperava. FC Porto sem gás, FC Porto sem vontade de ganhar ao Benfica? Inédito. Vítor Pereira contribuiu, retirou Guarín de campo quando estava a ser o melhor na pressão alta e a dar a ideia que a equipa estava bem fisicamente. Contudo, entendi a ideia de VP, queria fazer o que o FC Porto fez na Luz o ano passado, "dar um chocolate" de posse de bola e mostrar como se controla um jogo, mostrar como se congela a posse de bola, e Belluschi é o homem certo para tal.
Jorge Jesus quis também alterar a estratégia e lançou Bruno César e Saviola. Grandes senhores do futebol e comentadores dizem que mudaram o jogo ... a meu ver não é verdade. Saviola a única coisa que fez de jeito foi a super assistência para Gaitán; Bruno César entrou bem, pouco ansioso, a jogar sempre no pé mas não abanou o jogo. VP voltou a mexer e retirou o avançado Kléber e lançou Cristián Rodriguez. A ideia era dar dinâmica ao ataque sem avançado fixo e competência defensiva. Havendo vários jogadores na zona intermediária deveria ser mais fácil fazer a posse de bola e fazer o Benfica correr. Essas mensagens de VP levaram os jogadores a tentar uma posse de bola na defesa, a dez à hora, sem qualidade, sem progressão. O FC Porto perdeu-se. Perdeu-se e mostrou pouca vontade, quem sabe problemas físicos, é verdade que o Benfica cresceu mas não na qualidade de jogo, talvez fisicamente se tenha superiorizado mas sentia-se que talvez só num lance fortuito chegaria lá. Foi mais ou menos assim. Mais do que um lance fortuito, foi a falta de agressividade dos jogadores do FC Porto quando Cardozo tinha a bola (des)controlada, a bola bateu duas vezes e ninguém a roubou ao paraguaio que a fez chegar a Saviola, este fez um passe incrível para Gaitán fazer um belo golo.
E assim foi, 2-2 no Dragão a relançar o campeonato. VP começa a ser questionado mas não me parece justo, questiono sim justificar o resultado com a suposta expulsão de Oscar Cardozo. Teve um grande mérito: montou a equipa de forma a desligar o jogo ofensivo encarnado, anulou Aimar e foi muito superior na primeira parte, a segunda parte é que deixa os adeptos portistas reticentes.
Já Jorge Jesus mostrava-se satisfeito com o resultado e entendo o seu discurso. Quem tinha a perder tudo neste jogo era o FC Porto: se perdesse seria um escândalo; se empatasse era grave pois seriam dois empates seguidos; caso o FC Porto ganhasse seria visto como algo "normal". A estratégia foi semelhante à do jogo com Manchester United e foi por isso que vimos tão pouco de Witsel e Aimar.
Considero que Jorge Jesus saiu vencedor desta ronda, mantém o primeiro lugar, continua sem derrotas e empatou num campo complicado contra uma equipa que foi superior.
Já Vítor Pereira soma dois empates seguidos e agora tem dois jogos fora de casa complicados: Zenit e Académica. Se tropeçar não tenho dúvidas que vão surgir muitos pontos de interrogação no caminho do técnico.
Na próxima jornada o SL Benfica recebe o Paços Ferreira, o Sporting CP desloca-se a Guimarães, o SC Braga vai a Leiria e o Marítimo joga fora com o Feirense.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

FCP x SLB: antevisão

É já esta noite um dos jogos mais aguardados do ano. FC Porto e SL Benfica, os líderes do campeonato, medem forças hoje e esperam deixar para trás o principal rival. A história está do lado do clube da Invicta, mas quatro vitórias seguidas para o campeonato e um jogo interessante contra o Manchester United leva os encarnados a encarar o jogo com mais confiança e, quem sabe, coragem.
Nos últimos sete anos, o SL Benfica venceu duas vezes no Estádio do Dragão. O ano passado para a Taça de Portugal (2-0) e em 2005/2006 para o campeonato com dois golos de Nuno Gomes (2-0).
Há um dado que não posso deixar de referir: o FC Porto não perde há 44 (!) jogos, 573 dias sem conhecer o sabor da derrota. A última derrota aconteceu no dia 28 Fevereiro de 2010, contra o Sporting CP em Alvalade, o resultado foi 3-0.
Na época passada este clássico permitiu o FC Porto fugir e aumentar para 10 pontos a distância entre os rivais. Mais que isso, permitiu mostrar que ambos estavam a anos-luz no que toca à qualidade e dimensão. O 5-0 foi esclarecedor e antecipou o que iria acontecer no campeonato: supremacia fácil e gritante dos dragões.
Este ano tudo pode ser diferente. O FC Porto continua forte mas ainda longe do FCP de AVB, o SL Benfica parece mais forte colectivamente relativamente ao ano passado, com mais soluções, mas essencialmente, com um treinador que tem os pés no chão e que entende que os equilíbrios defensivos são tão importantes quanto o seu ataque das transições rápidas.
Os estilos são diferentes, o FC Porto gosta de dominar, ter a  bola, congelar a bola quando necessário, atacar com mobilidade mas com os espaços bem ocupados, ou seja, é uma transição ofensiva com coberturas, o que permite à equipa um equilíbrio e muito maior eficácia no momento que perde a posse de bola; o SL Benfica gosta de dominar de outra forma, gosta de pressionar forte à frente mas olha pouco a congelar a bola ou controlar/dominar o jogo através da posse de bola (o que acho que seja um dos pecados de JJ), prefere o ataque sem cessar. Quando o ataque está num dia bom, claro que é isso que faz tremer as outras equipas, mas no momento que perde a bola, a equipa por vezes está desequilibrada, algo que Witsel veio ajudar a corrigir. Tendo em conta estes dois tipos de abordagem, diria que o do FCP é o mais indicado e apropriado para um clássico desta dimensão: domínio, posse de bola, coberturas, transições eficazes. Fico tentado a dizer que o FCP vive de outra dinâmica e cultura táctica.
Para esta noite existem algumas dúvidas. Começando pelo FCP, a expulsão (surpreendente) de James Rodriguez frente ao Feirense abre uma vaga. Varela ou Cristián Rodriguez? Há um ano diria Varela sem qualquer problema, este ano e depois de ver o que se passou no Mónaco fico mais reticente. Cristián é mais competente no processo defensivo num jogo que vai ter Maxi Pereira como opositor, porém, é o FCP no Dragão, acho que só vai olhar para si, com a coragem, orgulho e qualidade do costume, aposto em Varela. Até porque Rodriguez ofensivamente nunca mais foi o jogador que jogou no SLB ou do primeiro ano do FCP. A outra dúvida no FCP é o meio campo: Belluschi, Guarín ou Defour? Alguns jornalistas e analistas apostam em Guarín. Estou de acordo visto que o meio campo do SLB é dotado de técnica e força, Javi e Witsel são poderosos fisicamente e sabem sair a jogar. E há ainda Aimar, um grande nº10, acredito que Vítor Pereira terá indicações específicas para defender o argentino, anular Pablito é uma forma de anular o ataque do SLB. Guarín é um tractor, defensivamente forte e possante, aparece bem perto da área do adversário onde gosta de aplicar o seu "pontapé Isaías".
No SLB a dúvida está no meio campo: Rúben Amorim ou Nolito/Bruno César? Coloco as coisas assim porque dependem da abordagem de Jorge Jesus. Quererá um meio campo mais coeso, mais virado para o equilíbrio e, com a entrada de Rúben Amorim, atento às investidas de Álvaro Pereira? Ou vai pensar como o adepto benfiquista e não ter medo? Colocando assim Bruno César ou Nolito. Estou curioso para saber qual é a abordagem, mas caso seja a segunda opção, eu apostaria em Bruno César. Tem dinâmica, é rápido e parece ter dimensão. De Nolito continuo a dizer que é frágil fisicamente, este é um jogo que vai exigir muito dos jogadores e o espanhol é muito mais eficaz num jogo virado para o ataque, agiganta-se nos últimos 30 metros.
Jorge Jesus terá aprendido a lição o ano passado mas o que é certo é que não tem jogadores para virar a equipa ao contrário para pensar em Hulk. Dou favoritismo ao FCP, por ser o FCP no Dragão, até podia ter cinco derrotas até aqui, contra o SLB o orgulho e devoção ao clube tornam-se cegos. Veja-se o que aconteceu no ano do título dos encarnados: o FCP com 10 jogadores venceu o jogo por 3-1. Já o ano passado, o SLB permitiu os dragões serem campeões no seu Estádio. As mentalidades são diferentes.
O FCP tem um grande colectivo mas vive muito do seu craque Hulk. Se o brasileiro tiver naqueles dias mágicos (dia sim dia sim mais ou menos...), o favoritismo sobe para 70%. O SLB respira o colectivo mas tem jogadores como Gaitán e Cardozo que podem fazer um golo ou desequilibrar a qualquer momento.
O ambiente está saudável e espera-se um grande jogo. Os rivais querem fugir e vencer os três pontos, mas um empate seria muito interessante para o campeonato caso SC Braga e Sporting CP vençam os seus jogos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Liga Europa: chocolate suiço na 1ª parte, el jefe Rinaudo a tempo inteiro

A remontada em Paços de Ferreira devolveu ao Sporting CP a crença e, principalmente, devolveu personalidade. Aliado ao golo marcado cedo, acredito que também tenha ajudado a arrancar para uma bela primeira parte. Um autêntico chocolate suíço. O clube de Alvalade venceu por 2-0 o Zurique em jogo de estreia para a Liga Europa. Domingos Paciência voltou a surpreender: Pereirinha no meio campo, Carrillo na direita. A ideia de Pereirinha no meio campo faz-me associar a Ramires, não comparando a qualidade dos jogadores, mas analisando as funções, parecem desempenhar funções parecidas: jogador do meio campo que pode aparecer na linha ou na frente, que tem velocidade suficiente para dar essa opção na frente mas principalmente na transição defensiva. Parece-me que Domingos se poderá ter inspirado em José Mourinho quando fez o mesmo com Fábio Coentrão. Carrillo entrou descomplexado, tranquilo, disponível para jogar o seu futebol rápido de drible, não descurando o colectivo. Poucas vezes apareceu no centro, normalmente os extremos ficam na zona para fazer a combinação com o lateral, no trabalho defensivo foi um jogador esforçado, afinal foi a sua estreia a titular e era expectável uma grande atitude.
O primeiro golo chegou cedo, livre bem marcado (como é hábito) por Schaars e Insúa a aparecer na zona de ninguém a desviar a bola. Mais tarde, mais um erro de Rui Patrício, mais um atraso. Porquê facilitar? Mas no caso de ontem nem há desculpa, falta de concentração que podia ter contribuído para a equipa dar um passo atrás na partida. Felizmente para os Leões, Rodriguez enviou a bola ao poste. Depois veio o 2-0, jogada soberba na esquerda. Insúa, Capel e Schaars foram os intervenientes, Wolfswinkel foi o matador de serviço. Nota de destaque para o argentino recém-chegado, nova assistência para o nº9 como em Paços.
Na primeira parte viu-se um Sporting CP disponível, meio campo móvel, laterais a subir com regularidade e agressividade, destaque para as combinações da sociedade Insúa-Capel que prometem.
Alguém conhece o nº21 do Sporting CP? Eu posso dar a conhecer, chama-se Rinaudo. Joga com e sem bola, é o patrão do meio campo, é quem define o ritmo e para onde jogar, é o jogador mais agressivo a defender, é o jogador que não se cansa, tem ganas, tem técnica e qualidade de passe e ontem foi o melhor em campo, estavam em todo o lado, encheu o relvado de Zurique, foi bombeiro e playmaker em simultâneo.
A segunda parte teve outra história. Zurique conseguiu, a espaços, pressionar mais alto e mais agressivo, foi uma presa demasiado fácil no primeiro tempo. O clube suíço cedo voltou a enviar a bola ao poste de Rui Patrício e ameaçava a tranquilidade do Sporting CP, bastava reduzir e estava a discutir o jogo e aí veríamos o carácter deste Leão ainda a lamber as feridas.
O clube de Alvalade foi baixando no terreno e encurtando a equipa, a equipa ficou menos capaz de sair com tanta qualidade como na primeira parte. O próprio treinador foi enviando essas mensagens aos jogadores através das substituições, estava 2-0, havia que não ser "guloso". Primeiro retirou Carrillo, que mostrou ser uma opção muito válida para aquele flanco, encostou Pereirinha à linha e fez entrar André Santos, um médio centro com outra cultura, poder de choque e qualidade de passe. Apreciei bastante esta substituição, não só porque gosto das qualidades do jogador mas porque ajudou a equilibrar a equipa: na primeira parte, quando Rinaudo penetrava no meio campo com a bola ou disponibilizava uma linha de passe mais à frente, nem Schaars, nem Pereirinhaa fechavam a zona 6, não vi ninguém fazer as coberturas e criava um buraco no meio. A entrada de André Santos dotou a equipa de equilíbrio e mais qualidade de passe.
Vi um Sporting CP mais "rato", a fazer faltas, a saber travar potenciais ataques rápidos ou contra ataques. As grandes equipas defendem bem mas sabem melhor que ninguém recorrer às faltas. Os jogadores de Domingos parecem estar a entender a importância desse aspecto.
Domingos voltou a mexer na equipa: Rubio por Wolfswinkel e Evaldo por Capel. Importante referir que o Sporting CP acabou  a jogar com 4 laterais. Pereirinha não é lateral de origem, mas já jogou naquela posição e sabe defender e fazer as trocas com o lateral. Domingos foi fechando a porta para garantir o triunfo que seria fundamental para injectar moral e dar confiança aos jogadores.
Nas bolas paradas a atitude tem de mudar. Os livres de Schaars são perigosíssimos mas a equipa apresenta pouca agressividade nos cantos e livres contra.
Mais tarde, o Beckham de Zurique - leia-se Rodriguez - voltou a rematar uma bola à trave através de outro livre.
As minhas únicas reticências são os defesas centrais. Onyewu e Rodriguez fizeram um jogo normal, cumpriram. Estou curioso para ver como será com avançados rápidos, que tentam ganhar as costas ou que são peritos no 1x1.
Domingos Paciência tem jogadores e competência para desenhar o Sporting CP da primeira parte de Zurique. Mais do que jogadores, o Sporting CP necessita de saber o que é amor próprio, sentir-se um clube grande, não estar constantemente a olhar por cima do ombro, tem de levantar a cabeça e sentir-se orgulhoso de quem é e da sua história. Os jogadores que vestem a camisola do Sporting CP não podem ser negligentes ou indiferentes, tem de deixar suor, lágrimas e sangue em campo. Que se inspirem todos em Rinaudo e João Pereira, e Domingos tem  metade do problema resolvido, depois é tempo para a olear a máquina.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Liga dos Campeões: a águia sabe voar

O SL Benfica e o Manchester United empataram a uma bola ontem na Luz num verdadeiro jogo de Liga dos Campeões. Cultura táctica, respeito mútuo, qualidade técnica, poucas oportunidades de golo e dois bons golos. O Estádio da Luz estava vibrante, 64.000 pessoas em estado de euforia por estarem presentes num jogo especial, num "clássico europeu" como denominou Alex Ferguson.
O SL Benfica voltou à fórmula Javi - Witsel - Aimar e entrou bem no jogo. Mais bola por alguns minutos, algo consentido pelo colosso inglês, é incrível a cultura e a tranquilidade dos jogadores ingleses, não ficam ansiosos sem bola, sabem que espaços têm de defender e fechar. Jorge Jesus optou por uma equipa mais consistente e cautelosa, a entrada de Rúben Amorim em função de Nolito ou Bruno César deixa isso claro. Alex Ferguson deixou alguns craques no banco, provavelmente com vista ao embate com Chelsea no próximo domingo, mas só quem não acompanha a equipa de Manchester ao longo dos anos na Champions é que não sabe que a presença de jogadores como Park, Fletcher e Valencia é algo normal e regular. Aproveito para revelar um dado assustador: nos últimos quatro anos o Manchester teve presente em três finais, perdendo duas com o fantástico Barcelona de Guardiola e vencendo uma ao Chelsea em penaltis.
A partir dos quinze, vinte minutos o Manchester apoderou-se da bola, mas como Alex Ferguson revelou, uma posse de bola muito cautelosa, distante da área, só com o intuito de dominar e controlar o jogo, isto porque quando entravam na área de Javi e Witsel, e depois Luisão e Garay, normalmente a jogada terminava. Foram os quatro homens do jogo para mim a nível táctico, fizeram um trabalho soberbo, incansável mas muito sábio. Luisão nas alturas e antecipação, Garay mais na antecipação e em lances de choque, a contrariar o que o seu pai disse aquando da sua chegada, que o que pecava em choque ganhava em velocidade; Javi Garcia fez dos melhores jogos pelo Benfica, a nível defensivo, super rigoroso e concentrado, a presença de Witsel ajudou e muito é certo, mas vimos um Javi muito confiante com a bola no pé. Witsel é um jogador completo, pergunto-me como é que Arsene Wenger com as perdas no meio-campo não foi buscar este belíssimo jogador. A nível defensivo fez um grande trabalho, bem posicionado, agressivo na bola (talvez tenha pecado neste aspecto quando Giggs passou perto no lance do golo...), e depois é um jogador que permite congelar e circular a bola, qualidade técnica e cultura táctica está no seu ADN. O Manchester jogou com um meio campo forte a nível fisico - Fletcher e Carrick - e com um génio à solta, Ryan Giggs, quase 38 anos e continuou a dar dores de cabeça, foi o jogador que mais desequilibrou e conseguiu furar as duas muralhas defensivas. Pablo Aimar não teve tanta bola como desejável mas sentia-se outro futebol quando tocava na bola.
Aos 24´ Gaitán ultrapassou o opositor na linha e com uma trivela espectacular fez um passe para as costas de Evans, Cardozo fez algo pouco visto: dominou no peito, tocou logo para o pé direito, ágil, rematou e fez um belo golo. Cardozo estava soltinho, com vontade, disponível, comprometido com a equipa, a mandar a equipa subir para ajudar na pressão, ganhou bolas de cabeça a uma dupla de centrais poderosa, algo que não acontece no campeonato português e que me leva a perguntar se será falta de ambição.
Antes do intervalo, o génio à solta resolveu mostrar porque é um dos melhores jogadores de sempre. Ryan Giggs aproveitou uma rara desatenção e moleza do meio campo/defesa do SL Benfica, com uma diagonal ganhou espaço para colocar a bola na baliza de Artur. Um belo golo, digno do jogador que é.
Na segunda parte houve mais Manchester United, a posse de bola tornou-se mais agressiva, mais subida, já rondava mais a área do SL Benfica e chegou a ter uma grande oportunidade por Ryan Giggs novamente, mas Artur fez uma grande defesa. Jorge Jesus percebeu que tinha de alterar algo para agitar o jogo porque o ataque da equipa estava a desaparecer e lançou Nolito, os adeptos deliraram. Nolito entrou, como sempre, ansioso, a querer fazer tudo e rápido demais, perdeu duas bolas que podiam colocar em xeque a sua equipa. Depois, soltou-se e deu algumas dores de cabeça à defesa do MU, no seu jeito desengonçado com a bola colada ao pé, fez sonhar os adeptos. Quase marcou a passe de Gaitán, depois de um contra-ataque desenhado por Pablo Aimar, o guarda redes Lindegaard fez uma grande defesa.
Aos 75 minutos Jorge Jesus optou por trocar Matic por Aimar. Julgo que pensou que como o jogo estava, preferiu emprestar à equipa um meio campo mais físico e com maior capacidade no jogo aéreo e evitar uma derrota nos momentos finais. Mas foi depois desta substituição que se deu a melhor oportunidade de golo do clube da Luz, depois de uma jogada de insistência e crença, Nolito ultrapassou alguns adversários e, talvez sem força, chutou sem sucesso de pé esquerdo. A equipa de Jorge Jesus controlou os últimos quinze minutos.
A exibição foi muito interessante, podia ter ganho é certo, mas jogou contra um colosso. É certo que Alex Ferguson colocou Nani e Chicharito para ameaçar as redes de Artur mas os jogadores ingleses não pareciam estar desagradados com o empate na Luz. Não posso deixar de referir a exibição apagada do jogador mais temido, Wayne Rooney teve uma noite infeliz, longe da sua qualidade e brilhantismo.
Destaquei Garay, Luisão, Witsel e Javi, mas os dois laterais fizeram também um óptimo jogo. Maxi foi mais do mesmo: concentrado, incansável, técnico, rijo, cego pela bola. Emerson tinha pela frente um jogador muito mais rápido - Valencia - e desempenhou com sucesso a sua função.
Os adeptos saíram satisfeitos e orgulhosos por sentir que a sua equipa discutiu o jogo contra um gigante como o Manchester United. Era importante começar bem, um empate é um bom começo tendo em conta o grupo. Agora, é tempo de não permitir dejavus do ano passado assombrar a equipa, Jorge Jesus e os seus jogadores têm de manter este compromisso com os adeptos, esta seriedade, esta qualidade. É obrigatório atingir os oitavos de final.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Liga dos Campeões: James Rodriguez escreveu o destino do FC Porto

O FC Porto regressou à Liga dos Campeões com uma vitória por 2-1 contra o Shakhtar Donetsk. Os golos foram marcados pelo inevitável Hulk e Kléber.
O jogo começou logo com uma bola na trave de Hulk, quando o seu remate ressaltou em Defour. Pouco depois, James Rodriguez sofre penalti mas Hulk afinal é humano e falhou. A noite já estava a prometer nervos e as saídas rápidas dos brasileiros Luiz Adriano, Eduardo e, principalmente, Willian preocupavam. Ao minuto 12 dejavu dos portistas: erro de Helton na Champions. Willian faz diagonal da esquerda para o centro, ultrapassa Fucile e remata fraco, Helton não conseguiu segurar e Luiz Adriano, rapidíssimo, encosta para o 1-0. Gostava de referir que estava especialmente atento ao desempenho de Steven Defour, jogador que pouco conheço, e apreciei bastante até ao golo do Shakhtar. Procurou bastante espaços vazios, gostei bastante como se mostrou sempre, bom toque de bola, jogar simples. Mas a partir do golo dos ucranianos acho que foi desaparecendo, cumprindo é certo, mas muito fora do jogo. Aos 28 minutos, apareceu um homem digno de constar num exército qualquer, por gozar duma perícia imensa a manejar uma arma potente. Hulk empatou o jogo com um míssil inexplicável. O golo foi de livre directo. Com o empate, o FC Porto melhorou e logo a seguir Hulk disparou outra vez para defesa complicada de Rybka (surpresa para mim ver Pyatov no banco). Alguns minutos depois, há um lance duvidoso na área ucraniana, parece-me que Hulk poderá ter sofrido penalti.
Relativamente ao desempenho do Shakhtar, tenho de concordar com Luís Freitas Lobo, parece uma equipa com dois ADNs, a defesa parecia pouco agressiva e que jogava muito posicional, jogavam muito à zona e tinham muitas dificuldades em acompanhar um 2-1; na transição ofensiva é uma equipa muito perigosa, os brasileiros Eduardo, Willian, Jadson e Luiz Adriano são jogadores capazes de abrir qualquer defesa. Destaque para Willian, eu já apreciava bastante o seu futebol no Corinthians quando tinha apenas 18 anos, mas era pura técnica, agora é um jogador diferente, possante, explosivo. Antes do intervalo, o defesa central ucraniano Rakitskiy viu o vermelho directo depois de uma entrada muito dura sobre João Moutinho. O treinador Mircea Lucescu retirou Eduardo e fez entrar o central Kucher. A expulsão levou os mais atentos a lembrar a importância que o mesmo factor teve nos jogos do Sporting CP (remontada em Paços) e da Académica (4-0 contra o Nacional). A tarefa estaria mais facilitada esperava-se.
O FC Porto normalmente controlou o jogo e com superioridade numérica ficou mais claro esse controlo.
Aos 51 minutos, o génio decidiu resolver... o sucessor de Deco: James Rodriguez. O colombiano de 20 anos estava a fazer uma bela partida, sempre a dar opção de passe, sempre no espaço vazio, sempre inconformado, super técnica e mentalidade incrível. Mas nesse minuto decidiu abriu o livro, e ele que parece escrever como Pablo Neruda ... deu linha de passe na esquerda para uma transição rápida, foi rápido à linha, deixou o defesa no chão e ofereceu a Kléber um dos golos mais fáceis da sua carreira. Estava feito o 2-1. Aos 61 minutos, Vítor Pereira quis emprestar mais qualidade técnica ao meio-campo e fez entrar Belluschi por Fernando. Não que Fernando seja limitado, muito longe disso, mas o à-vontade com a bola é outro. Foi uma mensagem com conteúdo claro: dominar o jogo. Mas surpreendentemente, considero que a equipa nem sempre tomou as opções certas, perderam-se muitas bolas e permitiram-se ainda algumas saídas perigosas por parte de Willian e Luiz Adriano.
O FC Porto a espaços fez jogadas interessantes, com paciência a trocar a bola e a mudar o flanco, é a melhor forma de abrir uma defesa com inferioridade numérica. Ainda assim, acho que o FC Porto não dominou, controlou sempre, mas não dominou como eu esperava. Só depois da expulsão de Chygrynskiy (80´) se sentiu um baixar de braços dos ucranianos e o FC Porto a congelar a bola com mais eficácia.
Na minha opinião, os jogadores com pior prestação foram Maicon, perdeu muitas bolas para Luiz Adriano, e Defour, desapareceu muito cedo do jogo, como disse cumpriu, mas esperava mais. Kléber resolveu mas considero que ainda está com problemas de entrosamento com a equipa. Gostava de registar com agrado a forma como festejou efusivamente o seu golo com Vítor Pereira. Os melhores foram Hulk e James Rodriguez. O brasileiro é incrível é certo, e julgo haver poucos jogadores como ele na Europa, fico de boca aberta quando vejo que não é convocado para a Copa América e só se fala em Neymar ... eu acho que ele produz o dobro de Neymar, e estou a ser amigo do jovem craque. Hulk tem algo contra si e isso parece ter peso para ser presença assídua na Selecção do Brasil: ausência de um passado no Brasil. James é diferente. James é mágico. James tem um toque de bola incrível, tem classe, tem qualidade de passe, assume o drible, bate livres (um livre à barra nos minutos finais...), apesar das suas capacidades nunca perde a noção de colectivo. James quando joga está ao nível de Pablo Neruda quando escreveu o poema "Me gustas cuando callas" ... simples, intenso, inesquecível.
Para quem gosta de Futebol, aconselho a ver este FC Porto, a equipa vai crescer ainda mais tacticamente e tecnicamente, mas principalmente, para acompanhar James Rodriguez.

sábado, 10 de setembro de 2011

Domingos: como beliscar a liderança

Domingos perdeu a paciência e mostrou em que estado está o Sporting CP.
"Perguntem ao Djaló e Postiga se estavam a 100% no Sporting". Este desafio lançado pelo treinador leonino é muito grave e expõe e muito o Sporting e a sua liderança.

Estamos a falar de dois jogadores que foram titulares na esmagadora maioria dos jogos oficiais. Não estavam a 100% no Sporting, então eram titulares porquê? Só vejo duas razões: estratégia para vender os jogadores até ao fecho do mercado (final de Agosto) ou porque não há melhor. Seja qual for a resposta, é grave. É grave para um treinador estreante num clube grande que tem 15 jogadores novos no plantel. Se a estratégia era vender, os resultados desportivos foram colocados em segundo plano. Se alegar não ter melhor, mesmo quando os jogadores titulares não estão a 100%, é como colocar uma mina num balneário. Considero perigosa essa forma de liderar, os suplentes normalmente não estão conformados, sentindo injustiça então, podem começar os distúrbios no balneário. Postiga quando saiu disse que não pensou duas vezes porque o ambiente não era o melhor. Acredito, uma equipa que não vence jogos, que tem jogadores a jogar com a cabeça noutro lado, que são displicentes, não pode ter bom ambiente.

Lembro o que falei no último artigo: o Sporting CP tem João Pereira, Evaldo e Rodriguez, três jogadores que pertenciam à forte defesa do SC Braga no ano em que lutaram até ao fim pelo título com o SL Benfica. O problema não está nas qualidades individuais, mas o que o grupo provoca nos jogadores. Quando há ambiente de conformismo, negligência, displicência, e se calhar como no caso que mencionei acima, injustiças, é normal uma equipa conseguir roubar capacidades individuais e mentalidade competitiva aos jogadores.

Acredito que Domingos vai montar uma equipa competitiva, quem sabe até com bom futebol tendo em conta os jogadores que tem à disposição, mas na minha opinião, Domingos mostrou como se belisca uma liderança.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sporting CP: que caminho?

A grande missão do Sporting CP este ano era fazer esquecer as duas épocas anteriores. A nova direcção teve o mérito de aproximar os adeptos da equipa, teve o mérito de conseguir contratações interessantes e, não lhe consigo chamar mérito, decidiu dar o murro na mesa e voltar a limpar as armas e apontar à arbitragem. É certo que neste início de época tem razões de queixa, mas os problemas do clube de Alvalade estão a anos-luz do homem do apito.

Nunca é demais lembrar que os últimos dois anos foram um desastre: em 2009/2010 terminou a 28 pontos do campeão SL Benfica; em 2010/2011 acabou a 36 pontos do actual campeão nacional FC Porto. Curioso nos dois anos terem atingido exactamente os mesmos pontos (48).

A grande contratação da época foi Domingos Paciência, já dizia João Pereira. Era o trunfo mascarado da campanha eleitoral, nunca foi apresentado como tal mas sempre se falou nos bastidores. No entanto, por muito competente que seja Domingos Paciência, não é o Michael Scofield. Não tem tatuado no seu corpo a fórmula mágica para fazer do Sporting CP um clube vencedor. Domingos Paciência tinha e tem um plano. O treinador de Leça da Palmeira passou com sucesso em equipas pequenas - Leiria e Académica - e o seu Braga era cínico e perito no contra-ataque, mas há uma pergunta obrigatória: saberá como colocar o Sporting a jogar à equipa grande?

A nova direcção do Sporting CP apostou forte na reconstrução do plantel: quase 30 milhões gastos em 16 (!) jogadores. Estava ameaçada a tal política que tanto elogiei no primeiro artigo sobre formação, o "Barcelona de Portugal" começa a virar as costas à cantera.
Para a defesa foram contratados Rodriguez (Braga), Onyewu (AC Milan), Santiago Arias (Equidad), Turan (Grenoble), emprestado ao Beira-Mar, e Insua (Liverpool). A defesa era um dos grandes problemas do clube nos últimos anos e apesar destas contratações todas, concluo que o clube não chegou ao patamar de qualidade que pretendia. A defesa é frágil mas não é só pela qualidade individual, entendo que tem a ver com o clube. Lembram-se da defesa do Braga quando lutou pelo título com o Benfica há dois anos? João Pereira, Rodriguez, Moises, Evaldo. Três estão no actual Sporting. Carriço está longe do jogador que quiseram fazer dele. Onyewu ainda é uma incógnita. Anderson Polga que teve com um pé fora de Alvalade, foi titular frente ao Marítimo. Falta um comandante, um líder da defesa. Não sei que problemas houve com Marco Caneira mas não teria lugar nesta defesa? E Miguel Teixeira, das escolas do clube e que joga actualmente no Zurique, será menos jogador que Carriço? Veremos na Liga Europa. E Mário Rui, vice campeão mundial sub20 que passou pelas escolas do Sporting e Benfica, será menos jogador que Turan? O capitão da selecção Nuno Reis também é jogador do Sporting, emprestado ao Cercle Brugge, não será jogador para este plantel? Entendo a política de empréstimos que, normalmente, é benéfica para os jogadores, mas gastar dinheiro em jogadores estrangeiros que não são melhores é uma política "que a mim não me assiste".

No meio-campo é onde está o ouro do Sporting. Foram contratados Schaars (AZ), Rinaudo (Gimnasia), Luis Aguiar (Dinamo Moscovo), e Elias (Atletico Madrid). Elias foi o último reforço e o jogador mais caro da história dos Leões (8.9 milhões). Depois há ainda André Santos, ja na Selecção A, André Martins, jogou ontem de início na vitória dos sub21, e os craques Izmailov e Matías. O russo é provavelmente o jogador mais evoluído tecnicamente do plantel mas o joelho continua a dar dores de cabeça. Matías é a eterna esperança, óptimo toque de bola mas não consegue assumir-se na equipa. Em conversa com amigos no início de época, afirmei que suspeitava que o Luís Aguiar ia roubar o lugar ao Matías. Bom, um está lesionado e outro nem lugar tem para ser roubado. Finalmente, Schaars é jogador de selecção mas parece-me um jogador normal, faz o simples. Rinaudo foi quem mais me surpreendeu. Rápido na conquista da bola, um autêntico Petit rápido e com pilhas, no processo ofensivo tenta procurar os construtores de jogo, que muitas vezes estão longe criando um buraco no meio-campo.

O ataque, depois das saídas de Postiga (Saragoça) e Djaló (Nice), está entregue aos reforços. Bojinov (Parma), Wolfswinkel (Ultrecht), Capel (Sevilha), Jeffren (Barcelona), Carrillo (Alianza Lima) e Rubio (Colo-Colo). Fico reticente quando vejo contratações em grande número. Fico mais quando vejo sair o melhor avançado da equipa. Djaló era um caso perdido e escolheu bem, uma das cidades mais belas. Diz-se que Bojinov ligou a Luís Figo para pedir o nº7 do Sporting. Em jeito de provocação, duvido, começo a achar que deve ser política do clube colocar o nº7, o tal azarado, ao jogador mais propenso a lesões. O holandês é um grande ponto de interrogação. Parece o Fernando Torres, o de agora, sem garra, sem golos. Capel é dos melhores reforços, não me parece tão rápido como antes, mas sabe cruzar como ninguém. Jeffren, à imagem de Capel, tem muito para dar ao Sporting. Jovens e ambiciosos, com uma das melhores escolas do mundo: a espanhola. Carrillo só vi jogar uma vez e fez mossa nos rins do defesa esquerdo, rápido e drible fácil. Não conheço o estilo de Diego Rubio ainda mas registei que marcou em vários jogos de pré época e é um jogador que deixa os adeptos leoninos com água na boca. Seria Saleiro assim tão dispensável?
Um jogador que merece a atenção de Domingos é Edgar, avançado do Vitória de Guimarães. Julgo que poderia ser uma das soluções para o ataque.

Que equipa consegue vencer após contratação de 16 jogadores?
Que treinador consegue montar uma equipa unida e coesa em 3 jornadas?

Continuo a dizer que qualquer um dos reforços, isoladamente, no FC Porto ou SL Benfica estaria a render muito mais. Sim, é uma coisa básica o que estou a escrever. Mais básico é pensar que os jogadores não têm valor e que Domingos não montará uma equipa competitiva. É certo que provavelmente não será a tempo de lutar pelo título mas "Roma não foi construída num dia". Em inglês soa melhor.
Veremos como se comporta a equipa nas próximas duas jornadas. Paços de Ferreira e Rio Ave fora.