sexta-feira, 12 de abril de 2013

Futsal: Como treinar as segundas bolas (guarda-redes)

Se quero que os meus guarda-redes estejam bem nos jogos, não posso facilitar-lhes a vida no treino, muito pelo contrário. Como tal e partindo de um exercício “clássico” (neste caso é o remate contra o banco), deixo aqui uma das minhas sugestões para treino de baliza.

No exercício abaixo vou trabalhar com 3 guarda-redes e incluo-me a mim, num total de 4 elementos.

Ideia base: eu gosto de trabalhar sempre a reacção às 2ªs bolas, porque é um situação que acontece muitas vezes durante um jogo: o guarda-redes faz uma defesa em que não segura a bola, que muitas das vezes fica ainda jogável pelo adversário, e porque não reagiu rapidamente ao 2º remate (recarga) sofre-se um golo.

Fazer uma 1ª grande defesa e na recarga sofrer golo, de nada vale. A defesa só se completa com o afastamento do perigo para a nossa baliza.

Exercício proposto:



Material: 9 bolas (3 por cada rematador, se houver mais bolas melhor); um banco (deitado); 2 cones grandes (podem ter varas colocadas) para servirem de baliza

Explicação do exercício: 1 GR na baliza, o treinador remata contra o banco e o GR tem de realizar defesa, logo de seguida salta o banco e defende um 2º remate feito por um dos colegas GR; logo de seguida corre para a baliza feita por cones para defender um 3º remate.

Notas: faço este exercício para os 2 lados (obviamente)

Podemos depois enriquecer com variantes este exercício, por exemplo:

1- O GR pode ter de tocar 1º no poste

2- Depois de saltar o banco pode “abafar” o remate do colega (coloca-se o colega a rematar dentro da área), etc.

Veja aqui o primeiro texto de Jorge Oliveira sobre a importância dos guarda-redes no futsal.

Jorge Oliveira (treinador de futsal dos juvenis do Cascais)

Liga Europa: Yobo, Stoch, Emre, Meireles, Sow, Kuyt. Conheça o próximo adversário do Benfica

Ditaram as bolas quentes que o Benfica... estou a brincar. O sorteio ditou que o Benfica encontrasse os turcos do Fenerbahçe na meia-final da Liga Europa. Ok, entendo a animação, não é o Chelsea, mas cuidado com as vitórias antecipadas.

Esta é uma equipa que não chegou aqui por acaso. O Fenerbahçe esteve inserido no Grupo C da Liga Europa, com Marselha, Borussia M´gladbach e Limassol. O desempenho foi muito satisfatório: seis jogos, quatro vitórias, um empate e uma derrota; dez golos marcados, sete sofridos.

Nos 1/16 de final, os turcos defrontaram o BATE Borisov, com um empate caseiro (0-0) e uma vitória fora por 1-0, com um golo do brasileiro Cristian de penalti.

Nos oitavos-de-final, o Fenerbahçe defrontou o Plzen. Na primeira mão venceu na República Checa, por um 1-0 com golo de Webó já perto do final. Depois, empatou em casa (1-1) – o golo foi marcado por Salih Ucan.

Finalmente, nos quartos-de-final a vítima foi a Lazio. Na primeira mão, os turcos assinaram uma vitória caseira com dois golos tardios (Webó, 78´; Kuyt 90´). Em Roma, o resultado foi 1-1, com golo de Caner Erkin.

Reconheço que não conheço as dinâmicas da equipa, nem o seu ADN, mas posso falar de alguns jogadores. Os meus destaques são:

Yobo – É um central de qualidade, que passou oito anos no Everton. Não é alto (182cm) mas deixa bem vincada a sua presença. Aos 32 anos admito que não sei se terá perdido a mobilidade que lhe era preciosa na Premier League.

Stoch – O eslovaco tem uma técnica interessante. Bom no drible e rápido a procurar o espaço. Stoch (168cm) passou três anos pelo Chelsea, onde jogou pelas reservas e, mais tarde, acabou por ser emprestado ao Twente.

Raul Meireles – Dispensa apresentações

Emre – Aos 32 anos, acredito que a sua experiência e grande qualidade no toque de bola faça a diferença. Não sei como estará a sua frescura física, já que este jogador vivia muito da sua agressividade. Emre jogou quatro anos no Inter e três no Newcastle. Antes de ingressar no Fenerbahçe jogou um ano no Atletico Madrid.

Krasic – Este sérvio vai ser uma dor de cabeça enorme para Melgarejo. A sua velocidade é surreal. Jogou dois anos na Juventus (2010-2012). Antes, tinha jogado sete anos no CSKA Moscovo. Ah! É extremo direito.

Sow – É um avançado de média estatura (180cm, 71kg), mas goza de uma boa movimentação e qualidade a finalizar. Esta é a segunda época na Turquia. Antes, jogou no Rennes e Lille, onde foi campeão em 2011. Sow foi peça chave na conquista do título, que já fugia desde 1954, ao marcar 25 golos nessa edição da Ligue 1. Este ano já marcou 15 golos no campeonato e apenas um na Liga Europa.

Kuyt – Julgo que todos conhecemos a sua qualidade e a cultura de colectivo desde os tempos do Liverpool. Este ano leva 10 golos (7 campeonato, 3 Liga Europa).

Com seis jornadas para jogar, o Fenerbahçe ocupa actualmente o segundo lugar da Liga Turca, apenas a quatro pontos do líder Galatasaray.

No seu palmarés tem 18 campeonatos turcos, e troféus da Taça da Turquia e oito supertaças. A ambição de se estrear a vencer numa prova europeia, juntamente com a 'loucura' dos seus adeptos, poderão ser grandes problemas para o Benfica.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Promessas em 2009 vs Realidade em 2013

Promessas são tão só, e apenas, promessas. Em 2009, a revista Times elegeu as 50 maiores promessas do futebol mundial. Desde então, passaram-se quatro anos, e a maioria desses jogadores deram o ambicionado salto nas carreiras. Contudo, também houve outros que ainda não explodiram, e alguns acabaram mesmo por implodir.

Nos primeiros 20 lugares da lista, destacam-se alguns jogadores que se revelaram verdadeiras estrelas, mesmo após o salto, como são o caso de David Silva, o maestro do campeão Manchester City e da roja; Radamel Falcao, o ponta de lança mais cobiçado do mundo, que apesar de não ter dado o salto esperado, quando se transferiu do Porto para o Atlético de Madrid, tem continuado a impressionar, e espera-se que chegue a uma grande equipa no final da época; Ángel Di María, o extremo que se transferiu do Benfica para o Real Madrid, de quem se esperava um eterno período no banco, com jogadores como Kaká e Ronaldo nas alas, que conseguiu roubar a titularidade ao brasileiro, tornado-se assim um dos principais obreiros do título de 2012; Thiago Silva, considerado por muitos o melhor central do mundo, capitão da canarinha, mudou-se do AC Milan para o PSG, à procura de atingir o estrelato mundial, uma aposta que parece estar agora ganha.

Penso que não devemos menosprezar outros três jogadores da lista, que em 2009 actuavam já em boas equipas, mas que ainda não foram transferidos. Estamos a falar de Jack Wilshere, Claudio Marchisio e Marek Hamsik. O primeiro, embora afectado por algumas lesões, é um dos esteios do meio campo dos gunners, bem como um membro importante da selecção inglesa. O segundo é presença assídua no meio campo da Juventus e da selecção italiana. O terceiro, é um dos jogadores mais importantes do Nápoles, juntamente com Cavani, e que seguem na perseguição à Juventus no campeonato italiano.

Resta-me apenas falar de mais três jogadores, que são as verdadeiras incógnitas destas lista. Refiro-me a Benzema, Lavezzi e Balotelli. Todos deram o salto, todos jogam nas selecções dos seus países, todos já provaram serem bons, mas nenhum deles provou ser constante nas suas exibições. Estes três jogadores já custaram aos clubes por onde passaram mais de 30 milhões de euros, e durante algum tempo esse dinheiro foi visto como um bom investimento, mas nem sempre foi assim.

O caso mais claro é o de Balotelli, que custou 30 milhões ao Manchester City e que ainda fez algumas boas exibições, contudo, em número muito inferior aos escândalos que protagonizou. Agora o jogador parece ter reencontrado a boa forma, depois de um Euro 2012 muito positivo e de uma segunda metade de campeonato, já no Milan, numa transferência avaliada em 20 milhões de euros, cheia de golos de enorme importância para o clube.

Quanto a Hernanes, o sucessor de Kaká, é o médio mais importante da Lázio, uma equipa de segunda linha italiana, e é também presença no meio campo do Brasil. É um bom jogador, e tal como Falcao, não quis dar um passo gigante, mas parece-me que pode não ter pernas para dar um novo passo, em direcção a um clube maior na Europa.

Do 21º ao 50º da lista, só há três jogadores que atingiram a fama mundial, actuando em clubes de renome, como na respectiva selecção nacional. Curiosamente, estas três vedetas ocupam apenas o 32º, 34º e 37º lugares da lista.

São eles Robert Lewandowski, ponta-de-lança polaco do Dortmund, cobiçado por meio mundo, e que, provavelmente, deverá rumar a outras paragens no final da presente época; Sebastian Giovinco, o pequeno avançado habilidoso da Juventus, o melhor clube italiano, que começa agora a ganhar o seu espaço na squadra azzurra; por fim, Mesut Özil, o médio alemão de origem turca, que atingiu o auge com a sua ida para o Real Madrid, onde esteve muito forte na época passada, a um nível ainda não visto na presente temporada.

Confira aqui a lista das 50 promessas

Jorge Garcia

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Alargamento da Liga? Tenham juízo

Este é um texto digno de alguém que está um pouco fora dela e que nem sabe se há justiça ou não no regresso do Boavista à 1ª Liga... prefiro discutir apenas a decisão de alargamento. Esta gente perdeu a cabeça, certo? Vou começar pela 2ª Liga. Abro eu a classificação no zerozero e em baixo leio as notas:

"Portimonense: foi convidado pela LPFP a preencher a vaga do Varzim que não reuniu os requisitos mínimos para competir nas provas da Liga Portuguesa de Futebol Profissional."

"Sp. Covilhã: garantiu a manutenção na Liga Orangina porque a U. Leiria não reuniu os requisitos mínimos para competir nas provas da Liga Portuguesa de Futebol Profissional."

A malta entende o que isto quer dizer, certo? Não há dinheiro, carcanhol, graveto, pilim, cheta, massa, pastel, pasta, guito. Depois, leio uma entrevista de Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, sobre a situação do Olhanense, clube que chegou a avançar com um pré-aviso de greve para o jogo com o Benfica:

"Ouvi o presidente do Olhanense pronunciar-se sobre a situação e senti alguma impotência e irresponsabilidade na forma como abordou o tema. Quero recordar-lhe que já no inicio da época a situação já era de crise, e a verdade é que a maioria dos clubes assumiu obrigações com os jogadores e outra entidades nestas circunstâncias. Esta crise não pode servir de desculpa para tudo."

A minha pergunta é: para quê mais equipas? Para serem mais os que não cumprem? Toda a gente sabe que são vários os clubes que falham nos prazos de pagamentos... e que, como que por magia, fazem os jogadores assinar um papel a dizer que já receberam para não inviabilizarem a inscrição na competição.

A questão é simples: quem quer melhores jogadores, tem de pagar melhor. Quem planeia cumprir com as suas obrigações, constrói planteis mais fracos, mais limitados, em qualidade e quantidade. Quem é que desce de divisão? Os sérios. O Freamunde é um bom exemplo, segundo saía na imprensa desportiva. Não faz qualquer sentido premiar quem não cumpre com os seus compromissos. Não paga? Um aviso. Não paga? Desce de divisão. Era ver os clubes a desenhar folhas salariais mais realistas...

Para reflexão, deixo-vos umas palavras do presidente do Paços de Ferreira (atual 3.º classificado!), Carlos Barbosa, ao MaisFutebol (28 Janeiro, 2013):

"Há concorrência desleal. Isso é inequívoco. (...) Às vezes queremos determinado jogador e não o conseguimos porque esse jogador recebe uma oferta absurda de um outro clube do nosso escalão. Prometem-lhes coisas impossíveis e depois não pagam. É uma luta antiga. Uma luta complicada. (...) Olhamos muito para a II Liga e II B. Financeiramente são mercados ao nosso alcance e acreditamos no grande valor de alguns jogadores que por lá andam."

Et voilà!

Estou com o Tiago Ribeiro (presidente do Estoril-Praia) nesta questão: sou contra mudar as regras a meio do jogo. Quem está no fundo da tabela e, de repente, sabe que não vai descer de divisão não mudará a sua forma de atuar? Não vai relaxar? É óbvio que os aflitos vão votar sempre a favor do alargamento (e votaram), mas, e citando Mourinho, é uma "prostituição intelectual".

"Equipas que estavam para descer mudam de opinião por oportunismo e ficam cegas para se salvarem. Votei que fosse condicionado o alargamento até que o Boavista cumpra os pressupostos da Liga", disse Tiago Ribeiro à imprensa, depois da goleada (4-0) ao Nacional. E disse bem.

domingo, 7 de abril de 2013

Tiago Maia: A complexidade do 4.4.2 losango


Com frequência se discutem o 4.3.3, o 4.4.2, o 4.4.2 losango ou o 3.5.2. Estamos a falar de exemplos de sistemas tácticos e não propriamente da forma como as equipas jogam. Estes sistemas são formados por elementos que têm vida e que lhe dão uma dinâmica própria, os jogadores. Além da influência destes, também as equipas técnicas e o contexto do próprio clube condicionam a forma de jogar duma equipa. Mas há características que sobressaem mais em alguns sistemas. 

Na minha opinião, o 4.4.2 losango é um dos sistemas mais complexos e que tem características que lhe dão um aporte muito positivo em alguns aspectos e muito negativo noutros, sendo por isso um sistema menos equilibrado do que outros. Este desequilíbrio é desde logo visível pela forma menos racional como o espaço é ocupado: há uma grande densidade no corredor central que contrasta com uma tendência para se criarem situações de inferioridade numérica nos corredores laterais. Como o corredor central é o caminho mais curto para a baliza, demarca-se como um sistema muito vertical, que se enquadra melhor em equipas que optam por um jogo mais directo e rápido, seguro defensivamente pela densidade no corredor central mas que depois torna difícil um jogo de posse mais elaborado e em largura. No princípio temos um problema maior a atacar e um problema maior a defender. A atacar precisamos de laterais ofensivos, um excelente desdobramento exterior dos médios interiores, do médio ofensivo ou até mesmo de um dos pontas-de-lança para garantir vantagem espacial e numérica nos corredores laterais. São muitas possibilidades, o que pode ser positivo, mas a verdade é que se não existir um processo de treino e análise que consolide estes comportamentos, a equipa tenderá a revelar grandes dificuldades para manter a posse de bola e será incapaz de criar desequilíbrios com frequência em ataque posicional. A defender o problema é igualmente garantir vantagem espacial ou numérica nos corredores laterais. Perante equipas que consigam variar rapidamente o corredor de jogo e que tenham laterais ofensivos as dificuldades para impedir a criação do adversário são mais que muitas. Só com grande capacidade para orientar e pressionar o adversário no centro do jogo, bloqueando variação de corredor e fazendo os movimentos do bloco em largura muito rapidamente (o que tecnicamente chamamos “basculações”) se consegue ser eficaz. Volto a referir, sem consistência no treino e no processo de análise (até num dia menos inspirado) …as coisas ficam muito difíceis, mais do que se estivéssemos a jogar num sistema mais simples, que por si só garanta melhor ocupação do espaço.

Para finalizar, volto ao início. Não há 4.4.2 losango iguais. Os jogadores e os treinadores criam dinâmicas que os diferenciam. Dou 2 exemplos. O Benfica por vezes joga num sistema que se parece com o 4.4.2 losango (é mais 1:4:1:3:2). Tendo como médios-interiores jogadores com características de extremos ou alas temos boa parte do problema da largura resolvido. 2.º exemplo. O mister Jesus disse recentemente que o Barcelona defendia em 4.3.3 e atacava em 4.4.2. Não explicou porquê mas a minha perspetiva é esta: os dois extremos abertos que constantemente fazem diagonais para o corredor central fazem de pontas-de-lança (Villa, Alexis Sánchez, Pedro ou Tello); Messi ou Fábregas são o médio-ofensivo; depois temos dois médios interiores (Xavi-Iniesta), um médio defensivo (Busquets) e uma linha defensiva com 4 elementos. Poderá considerar-se uma adaptação a partir do 4:4:2 losango tradicional e que também nos resolveria o problema da largura de forma relativamente simples. Até porque a defender a equipa organiza-se em 1.4.1.4.1.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A falsa juventude africana que surpreendeu Pelé


Em 1989, Pelé declarou que uma selecção africana iria ganhar o mundial na entrada do novo século, depois de ter visto os “jovens” nigerianos sub-17 ganharem o campeonato do mundo e chegarem à final nos sub-20.

África, e em especial a Nigéria, enganaram o mundo. Aquela brilhante selecção do mundial de 1998, que muito prometia, não passava de um conjunto de estrelas que já estavam a dever muitos anos à reforma. A falsificação das certidões de nascimento, que não é novidade para ninguém na Nigéria, explica o porquê de uma selecção brilhante nas camadas jovens, apenas ter conseguido marcar presença em três mundiais, nunca tendo passado dos oitavos de final.

Nos sub-20, a Nigéria conseguiu dois segundos lugares, em 1989 e em 2005, e um terceiro lugar em 1985. Nos sub-17, a história do país é bem mais brilhante, com três primeiros lugares em 1985, 1993 e 2007, e com três segundos lugares, em 1987, 2001 e 2009. Ganhou também a Taça das Nações Africanas por três vezes, em 1980, 1994 e 2013. Nos Jogos Olímpicos, conseguiram a medalha de ouro em 1996 e a de prata em 2008.

A falsificação de certidões de nascimento não é uma novidade para ninguém na Nigéria. Após análises aos joelhos dos jogadores, muitas das principais estrelas africanas foram apanhadas, mas não em mentiras pequenas, que permitissem, por exemplo, a um jogador de 22 anos jogar um mundial de sub 20. A discrepância nas idades reveladas como verdadeiras era muito maior.

Obafemi Martins, que deveria estar agora no auge da sua carreira, aos 28 anos, acabou de rumar ao Seattle Sounders, um passo comum no fim das carreiras profissionais, e que vai ao encontro da idade que os especialistas lhe deram, 35 anos. Nwankwo Kanu, antigo e temível avançado nigeriano, que viu a sua carreira encurtada devido a um problema cardíaco, tem actualmente 42 anos, e não 33 como consta dos seus documentos oficiais.

Estes foram dois casos em que as coisas não correram bem. Duas estrelas nigerianas, que quando estavam a começar a carreira, segundo se pensava, estavam na verdade a meio, ou mesmo na recta final da mesma.

A maioria das estrelas da década de 90 estão já reformados, e muitos deles são avós. Este esquema de falsificação de identidades, muito comum na Nigéria, levou a que o país nunca mais tivesse uma selecção competitiva, visto que a sua única estrela é o médio do Chelsea Obi Mikel, que, ao que parece, também despoletou muito novo.

Outros nomes menos conhecidos, como Philip Osondu, que foi eleito o melhor jogador do mundial de sub-17 de 1987, e Dele Ajiboye, guarda redes titular da Nigéria e vencedor do mundial da mesma categoria, mas em 2007, são outros dois casos escandalosos. O primeiro, 13 anos depois, já não conseguia apresentar nem um décimo do nível a que jogou no mundial e acabou a trabalhar num aeroporto. Sobre o segundo, descobriu-se que afinal tinha nascido em 1979, e não em 1990, que era casado e pai de três filhos, de mulheres diferentes.

Também Jay-Jay Okocha, o maestro das Super Águias, tinha mais 10 anos do que os documentos revelavam. Mais recentemente, descobriu-se que também Taribo West, o lateral esquerdo das duas tranças, mentiu acerca da sua verdadeira idade, mas neste caso em cerca de 12 anos. Ironicamente, este jogador nunca apresentou um sinal de quebra acentuada no rendimento antes de tempo, o que lhe valeu, até agora, ter sido o último a ser apanhado, já depois de reformado, aos 34, ou melhor aos 46 anos.

Fica aqui uma lista de 10 promissores jogadores nigerianos, que nunca chegaram a lado nenhum, e onde se pode encontrar, Rabiu Ibrahim, antigo jogador do Sporting, que em 2009 foi eleito um dos 50 jogadores mais promissores do mundo.

Veja aqui outros jogadores que muito prometiam...

Jorge Garcia

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Futsal: Guarda-Redes = Meia Equipa

O guarda-redes é o último elemento de uma equipa a defender e o primeiro a atacar.
Com base neste facto vou partir para a minha análise sobre esta posição e o tipo de treino que posso realizar com os guarda-redes.

Em primeiro lugar, e isto para mim é lei, não me posso escudar atrás da falta de tempo, nem da falta de recursos, humanos ou outros, para não trabalhar uma posição tão específica no futsal.
Outra lei que aplico a mim é o tentar arranjar sempre desculpas para trabalhar mais e melhor, e não o contrário.

Se sou o único treinador e se tenho pouco tempo de treino, então aposto na ORGANIZAÇÃO, no CONTROLO, no DINAMISMO.

Ou seja, crio a minha ficha de treino com indicação dos exercícios que pretendo realizar e os tempos dedicados a cada um, com indicação de quando preciso de integrar os GR com os jogadores de campo e quando os posso manter a trabalhar em separado, explico a todos os jogadores qual o treino que vamos realizar e desta forma tento que se mantenha o máximo de dinamismo possível no treino.
Nesta perspectiva deixo aqui abaixo uma ideia (ou como lhe quiserem chamar), daquilo que faço.




Na ficha de UT acima estão indicados 4 momentos do treino e a verde os momentos em que o trabalho dos GR é integrado ou separado, bem como utilizar um 2º e um 3º guarda-redes.


Jorge Oliveira (treinador de futsal dos juvenis do Cascais)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Wilfried Bony a caminho do FC Porto?

A imprensa portuguesa dá conta do interesse do FC Porto em Wilfried Bony, citando a publicação
supersport.com... mas o interesse no jogador é extensível, alegadamente, ao Atlético Madrid, Chelsea e Arsenal. Rumor ou não, o blog COBERTURA DEFENSIVA e o nosso colaborador Jorge Garcia estão na linha da frente.

"Os grandes denominadores comuns destes tops de goleadores são, sem sombra de dúvidas, o inevitável Lionel Messi, e para surpresa de muitos, Wilfried Bony, um jogador a quem antevemos um grande futuro na Europa e também no ataque d’Os Elefantes, a Costa do Marfim", escrevemos no dia 20 de Março (veja aqui).

O costa-marfinense Wilfried Bony tem 24 anos. Este ano, ao serviço do Vitesse, já marcou 27 golos em 25 jornadas. Impressionado? É provável que seja o 'pichichi' da Liga Holandesa, pois tem mais seis golos do que Graziano Pellè e Finnbogason, com apenas seis jornadas por jogar.

A sua carreira começou no Issia Wazi, na Costa do Marfim. Em 2007, mudou-se para a República Checa a troco de 400 mil euros para representar a equipa B do Sparta de Praga. Entre 2008 e 2011 jogou na equipa principal, onde marcou apenas 22 golos*. Em Praga venceu um campeonato (2010) e uma Supertaça (2011).

Em 2010, despertou o interesse do Vitesse, clube para o qual se transferiu por quatro milhões de euros. Em três anos ao serviço do clube holandês, Bony marcou 47 golos em 64 presenças*, sendo que este ano, como já referimos, já marcou 27 golos em 25 jogos*.

Ao serviço da Costa do Marfim, Bony marcou 6 golos em 12 presenças.

O avançado tem 182cm, pesa qualquer coisa como 88kg (tanque?) e joga preferencialmente com o pé direito.

Uma coisa é certa: vá ou não para o FC Porto, o jogador deverá dar o salto na sua carreira no final desta época.

*estes valores são referentes aos campeonatos nacionais apenas

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sabe quem são as equipas com menos derrotas na Europa? Benfica e FC Porto em destaque


Há muito boas equipas na Europa? Há, mas também há campeonatos muito desequilibrados. Nas equipas europeias com menos derrotas nos seus campeonatos, destacam-se, imediatamente, o Benfica e o Porto, as duas únicas que ainda estão invictas.

Fora os dois orgulhos nacionais, das 16 equipas apresentadas, apenas o Bayern de Munique e o Olympiacos jogam em campeonatos com algum peso, e o facto de ambas terem apenas uma derrota indica que são muito superiores às restantes.

Nem todas as equipas aqui presentes são líderes dos seus campeonatos. Há situações para todos os gostos. O Olympiacos é já campeão, matematicamente, o Bayern de Munique para lá caminha, mas o FK Vojvodina está apenas em terceiro lugar, o que indica que é uma equipa que quase não perde jogos, mas que empata muitos. Também há casos como o da liga portuguesa e a de Andorra, em que existem duas ou três equipas muito superiores às outras, e que não averbam nenhuma derrota, ou que apenas perdem jogos entre si.

Podemos concluir que muitos campeonatos na Europa são desequilibrados, e essa é uma tendência presente, maioritariamente, em campeonatos mais fracos, como o de Andorra e o da Moldávia.

Jorge Garcia

Futsal: Portugal no Euro 2014

Entre os dias 27 e 30 de Março Portugal esteve na Sérvia a disputar a fase de apuramento para o Campeonato da Europa de Futsal de 2014, que vai decorrer na Bélgica. Portugal estava inserido no Grupo 5 que incluía as selecções da Grécia, Polónia e Sérvia.

Portugal começou por defrontar a Grécia num jogo onde a selecção conseguiu impor o seu jogo e, por consequência, controlar a partida. Portugal criou várias ocasiões de golo e podia ter saído deste primeiro encontro com um resultado ainda melhor. Ainda assim, é de referir também a boa organização defensiva da selecção que não permitiu que o adversário jogasse. Foi um jogo onde Portugal conseguiu colocar em campo toda a sua qualidade e levar de vencida o seu adversário por uns expressivos 6-1, com golos de Gonçalo Alves, Pedro Cary (2), Djô, Paulinho e Leitão.
Veja aqui os golos do jogo

No segundo jogo, a equipa das quinas enfrentou a selecção polaca. A Polónia é uma equipa com mais história no futsal comparativamente com a Grécia e, por isso, esperava-se um jogo mais equilibrado. E assim foi, prova disso era o resultado de 2-2 ao intervalo. Portugal entrou forte e a saber o que queria, no entanto, os polacos também tinham a lição bem estudada e fizeram da defesa e das transições as suas melhores armas. Contudo, a estratégia polaca não sobreviveu ao segundo tempo onde Portugal em seis minutos resolveu o jogo com três bons golos. Portugal vencia assim a Polónia por 5-2, com golos de Leitão, Ricardinho (2) e Joel Queirós (2).
Veja aqui os golos do jogo

Por fim, no terceiro e decisivo encontro, Portugal enfrentou a equipa anfitriã, a Sérvia. Num jogo onde a factor público podia fazer a diferença, a equipa das quinas foi capaz de fazer usufruto de toda a sua qualidade e competência para levar de vencida a difícil selecção da Sérvia. Portugal conseguiu desta forma vencer a Sérvia por 2-1, com golos de João Matos e Ricardinho.
Veja aqui os golos do jogo

Fazendo uma análise global desta fase de apuramento, para além das três vitórias, do primeiro lugar e consequente apuramento, posso dizer que vi uma selecção com uma dinâmica ofensiva muito forte, com as bolas paradas muito bem trabalhadas e muito bem organizada defensivamente. Acredito que iremos fazer um grande Europeu, a ver se é desta que o vencemos e que destronamos a Espanha. Força Portugal!

Ricardo Azevedo