quinta-feira, 1 de março de 2012

Luz, Clássico, Acção!

Em vésperas de Clássico decidi voltar a estas lides, injustamente deixadas ao abandono. As coisas mudaram bastante no futebol português nos últimos tempos. Os três treinadores estão em fases diferentes de maturação mas sempre, sempre, em teste. O Sporting tem um novo treinador, um antigo jogador que quase rasgava a camisola para beijar o símbolo. Uma referência. O início tem sido positivo mas quase que fico tentado a perguntar se ele é angolano ou tem família angolana… é que a imprensa está muito amiga dele. É normal, tempos de crise, há que envolver os clubes e vender jornais. Sá Pinto tem elogiado a atitude dos seus jogadores, o bom futebol virá depois, garante. Quatro jogos, três vitórias (por 1-0) e um empate. Cinco (!) pontos (conquistados ao líder Benfica) e uma passagem aos oitavos da Liga Europa onde vai encontrar o poderoso Manchester City que eliminou o Porto. É, de facto, um começo auspicioso. Se Sá Pinto poderá ser o Guardiola do Sporting, como disse o treinador do Legia, é algo que duvido, mas lá tempo para convencer tem ele, o contrato é até ao verão de 2013. No Benfica o cenário é outro. No cargo pelo terceiro ano, Jorge Jesus é um treinador intrigante. Estava a fazer uma época imaculada, com qualidade no futebol, muitos pontos angariados, uma passagem aos oitavos da Champions, até que … tentou perder um jogo em Guimarães, e conseguiu! Tem mérito, tentou perder e conseguiu. Normalmente quando JJ inventa a coisa não corre bem, e este foi mais um capitulo do livro “As incríveis histórias de JJ”. Em Guimarães, em vésperas do Clássico com o Porto, Jorge Jesus foi, possivelmente, enganado, alguém lhe deve ter dito que estava em Carcavelos e ia jogar contra a equipa local. Num jogo em que não pode contar com Javi Garcia decidiu colocar Witsel no banco. Matic na zona 6, aquele jogador rapidíssimo e “cego” pela bola como o trinco espanhol. Hm Hm. Depois, quatro avançados mais Aimar. Na verdade, acho que só Jesus achava que podia vencer aquele jogo. Mais uma vez, a inconsciência ou sobranceria de quem pensa que consegue ganhar como quer em qualquer campo deixou-o mais frágil que nunca nesta época. Acumulado ao empate em Coimbra, foram cinco pontos perdidos em seis possíveis. Olá Porto, faça favor, é por aqui a liderança. No Porto, o treinador é o mais unânime entre os adeptos dos três grandes. Um líder natural, inspirador. Desde que chegou conseguiu colocar a equipa a jogar um futebol mais fluído, mais à Porto. O único handicap deste treinador, é nunca sentar-se no banco visto que tem de jogar… falo obviamente de Lucho Gonzalez. O homem que veio salvar Vítor Pereira.  Lucho tem uma essência rara do futebol, uma mistura de classe e liderança. Janko também veio mostrar aos avançados como se fazem golos, pode ser um caso sério, aguardemos. Há ainda uma coisa que me causa o maior desgosto e sentimento speechless que pode haver: por que razão VP não gosta de James Rodriguez? Não entendo. Quase que imagino os Deuses no Olimpo a discutir: “Que podemos fazer? Ele é teimoso pá… Manda-lhe uma tempestade e escreve no chão o nome James!! Não, não, não pode ser assim. E ele ainda vai pensar que é o Bond, James Bond…”. Até que Zeus decidiu: “Bem, já sei meus amigos Deuses… aliás já tratei disso. Lesionei o Varela”. Et voilà, veremos se James jogará no Clássico, algo muito improvável porque jogou 80 minutos no jogo da Colômbia e só chega a Portugal na sexta-feira. Outra grande incógnita é saber a natureza das mazelas que os jogos das Selecções deixaram nos jogadores. 
Quem terá mais a perder no Clássico? Benfica. É simples, o Benfica vem de cinco pontos perdidos em seis possíveis. Coisa para abanar e muito a confiança encarnada. Se o Benfica ganhar, é normal, venceu no seu estádio e o Porto mantém-se apenas a três pontos. O empate prolonga a amargura das águias e deixa o rival directo a saciar por mais pontos e prontinho para fugir. A vitória do Porto, algo que não surpreenderia ninguém, podia lançar os da invicta para uma grande recta final, iluminados e encaminhados pelo seu líder e treinador: Lucho Gonzalez

Os onzes mais fortes para o Clássico:

SL Benfica: Artur, Maxi, Luisão, Garay, Capdevilla, Javi, Witsel, Aimar, Gaitan, Nolito, Rodrigo.

FC Porto: Helton, Sapunaru, Rolando, Otamendi, Álvaro, Fernando, Moutinho, Lucho, James, Hulk, Janko

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