quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Guardiola no Bayern Munique: o caminho para a eternidade

"Escolhe sempre o caminho mais fácil", a primeira grande frase que ouvi quando foi oficial que Guardiola será o próximo treinador do Bayern Munique.



Coitado, pelos vistos tem culpa de ter nascido na Catalunha, de ter sonhado jogar no Barcelona, de ter ido para as camadas jovens do clube, de ter chegado à equipa sénior, de ter sido capitão... de, aos 25 anos, já saber que queria ser treinador, de ter sido escolhido para treinar o Barcelona B, onde subiu de divisão e a malta gosta de omitir, e, mais tarde, chegar à primeira equipa. Um bandido.

Agora vai treinar o Bayern de Munique. A Bundesliga está cada vez melhor. Sempre desejei ver Mourinho no Bayern, é um clube que me impressiona e, caso eu fosse treinador, sonhava treiná-lo. Esta paixão vem dos tempos de Effenberg, Scholl, Basler e Kahn. Tenho pena do provável abandono do treinador do Dortmund, Jurgen Klopp, no fim da época, talvez para o Real Madrid, arrisco. Seria um belo duelo.

Ver Guardiola no Manchester City seria uma grande desilusão. Um clube que me diz muito pouco... tal como os clubes com milionários que se lembram de jogar Football Manager na realidade. Guardiola não sabe desiludir-me. Sim, para quem ainda não tinha reparado, sou cego por este treinador.


Quatro anos e 14 troféus depois, a Bundesliga. Guardiola mudou o futebol quando esteve no Barça. Lamento, um treinador que consegue jogar tanto em 3.4.3, como 4.3.3, e ainda 3.7.0, é um génio. Quem consegue ter mais de 70% de posse de bola em praticamente todos os jogos é especial. Este senhor, outrora capitão, foi assobiado e viu lenços brancos no segundo jogo pelo Barcelona. Que grande lição. Hoje é um deus na Catalunha. Ele mudou o futebol ou, se quiserem, voltou a dar asas ao "Futebol Total", de Rinus Michels e Johan Cruyff, mas em pleno século XXI.

 "Ahh, só no Barcelona". Sim, é improvável que o volte a fazer. Mas já viram a equipa do Bayern? Javi Martinez será o Busquets lá do sitio, depois tem jogadores como Schweisteiger, Kroos, Robben, Ribery e Luiz Gustavo. E, naturalmente, deve contratar um ou outro jogador com o ADN que tanto gosta. Não é, por isso, uma missão impossível mandar na maioria dos jogos, ao nível da posse de bola. A outra grande questão é saber como se vai adaptar (facilmente, suspeito) a jogar com um avançado-referência como é Mario Gómez. Digo isto porque no Barcelona o ataque vivia de movimentos de ruptura, de diagonais constantes nas costas da defesa e de triangulações que só se vêem no pro evolution.



Gostava que os adeptos de futebol percebessem que podem admirar dois atletas diferentes ou dois treinadores diferentes. Talvez aconteça devido à imprensa, admito, para apimentar os duelos. Mas quem gosta de Mourinho, não tem de odiar o Guardiola. Quem gosta de Ronaldo, não tem de odiar o Messi.

Pep Guardiola, de 41 anos, assinou por três anos pelo Bayern Munique. Previsão? Sim, três campeonatos. Uma ou outra taça. Terá de vencer uma Champions se quiser o respeito europeu. Mas, e com toda a certeza que será rei na Alemanha, Guardiola ganhou três anos fora de Inglaterra... para a seguir suceder a Sir Alex Ferguson. O Manchester United está no horizonte mas até lá tem três anos para fazer história no segundo melhor campeonato europeu. E assim se esboça o caminho para a eternidade...

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